sábado, 15 de abril de 2023

Percebo que alguns temas ainda têm me acompanhado e as tecnologias de comunicação é um deles. Talvez por vivenciar essas mudanças e não acompanhar. E aqui tentando fazer a minha leitura disso tudo dentro do meu ínfimo mundo. Me ocorreu a imagem das redes como uma ampliação da família (olhando o sentido figurado que é um "grupo de pessoas unidas por convicções, interesses ou origem comuns"). Como se passássemos o compartilhar de nossas vivências de dia-a-dia para as redes, com todas as pessoas. E me surgiram duas perguntas. Se essas vivências passam de fato pelas pessoas que estão em nossos dias, como está a nossa relação com os próximos da gente? Ela é existente? E a outra pergunta foi se estamos conscientes de que estamos acrescentando inúmeras pessoas em nossa família? Ampliando nossa família (não no entendimento do que é família, mas em pessoas mesmo) com as redes sociais e não apenas jogando assunto ao vento.
Lembro de quando elas começaram e compartilhávamos alguns poucos pensamentos, questões, conversávamos e, por vezes, conhecíamos novas pessoas que, às vezes entravam para esse ambiente. Hoje, nossa intimidade se abriu e qualquer pessoa pode passar por esse ambiente. As pessoas que participavam desses conteúdos se ampliaram. E a gente gera conteúdo pra caramba no nosso dia. Já parou para reparar? E hoje a gente formalizou esses conteúdos e monetizou. Me surge uma outra pergunta, se há aprofundamento, envolvimento com esses conteúdos, se a gente vive eles? Ou a gente só achou um jeito de monetizar o que poderia ser a vida? E aqui não vou dizer se é ruim ou bom ou outra coisa. Estou pensando se estamos realmente acompanhando essa mudança e consciente dessa ampliação de conteúdos que lidamos no dia-a-dia, dessas novas pessoas na família e da nossa relação com quem está próximo.

Jessika de Sousa Macedo