Confissão à lua

Eu quero poder te tocar
Chegar até ti e te sentir de perto
Será que toda essa energia que sinto daqui
É a mesma estando aí?
Essa luminosidade que reluz sentida daqui
É tão vívida estando aí?
Me envolva com sua energia
E me leva até ti.
Eu quero poder te ver de perto
E saber se o que sinto daqui fica mais forte
Estando mais perto.

Jessika de Sousa Macêdo

Baila

Sinta a música
Cada batida em seu corpo
Deixe a vibração correr cada célula sua
E então permita seu corpo bailar
Com o compasso
Mesmo que descompassado
Seguindo seu ritmo
Seguindo seu fluxo
Sentindo o toque do tom
Sentindo a carícia do som
Sentindo seu gingado
Se permita sentir
Se permita se ver
Se permita se perceber
Se permita se permitir
Baila

Jessika de Sousa Macêdo

Eis que você perde o total controle
Ou melhor
Admite que não tem controle e
Nunca teve controle de nada.
Ela te faz perder as estribeiras
Te deixa trêmula, ofegante,
As palavras começam a dançar
Desordenadamente à sua frente
Te deixa sem chão..
Ou melhor
Você quer entrar nele por demonstrar
Fragilidade e a pele enrubescida.
Ela te de deixa sem palavras,
Mas com um sorriso bobo.
E a sua alma sorri para a dela.
Na verdade ela entra em contato
Com sua alma
Com o que há de mais humano em você.
Suas máscaras..
Que máscaras?
Ela te despe
Ela te tira do chão
Te deixa sem ar
E devolve.
Seu reflexo?
Talvez.
Mas para mim é bem real e tem nome
Que não é o meu.

Jessika de Sousa Macêdo

A caminho do renascimento

Hoje fiquei sabendo de um assassinato

Na verdade tomei consciência de um assassinato

Eu me matei por completo

Eu me perdi na busca

Tentando me encontrar

No caminho descobri algumas coisas

Encontrei outras

Melhorei algumas

Mas a minha essência se foi

Ela se escondeu, ficou perdida em algum lugar por dentro

Enquanto eu estava me procurando

E hoje eu tomei consciência da minha morte

Eu me matei

Eu estou morta.

Mas agora sinto que talvez a morte tenha sido necessária

Porque a partir dela tomei consciência de quem

Habita aqui dentro

E hoje por ter tomado consciência, ciência dessa morte

Eu finalmente sinto um pouco mais quem a Jessika é

E agora sinto que ela não morreu por completo

Ela ainda está aqui dentro perdida em algum lugar

E vou reencontrá-la e a abraçarei muito forte e agradecerei a

Ela por tudo que é

Pelo ser humano lindo que ela é.

Gratidão! Eu te amo!

Acabei de descobrir que hoje não teve morte.

Hoje teve renascimento

Hoje teve reencontro.

Gratidão a todas as Jessikas que existem aqui dentro!

Gratidão!

Jessika de Sousa Macêdo

Ser amor

Ultimamente ando transbordando - bordando Me bordando Me (re)construindo Me desenhando Me colorindo Me (re)fazendo Fazendo Criando forma Uma forma de ser Nesse corpo que habito E às vezes sinto que ele não me comporta Ultimamente ando transbordando Transbordo amor Transbordo carinho Transbordo tesão Transbordo - a bordo - Com esse corpo - que já está pequeno - Pelo oceano Onde me derramo Me deleito Me espalho E continuo a navegar Nesse corpo que habito

Jessika de Sousa Macêdo

Mulher Natureza

Curiosa a forma que sua presença

Me deixa presente

Ao mesmo tempo que seu olhar

Me leva longe.

Passaria horas conversando contigo

Até o silêncio se tornar o próprio assunto.

Você reluz

Você traz luz

Você é límpida como a água da nascente

De um rio

Tão límpida que posso ver meu próprio reflexo

Em seus olhos aquamarine.

Você tem cheiro de brisa

É tanto frescor que às vezes sinto que é

A própria brisa

Ao mesmo tempo que sua pele é quente

Como o verão

E vermelinha como o sol

Dá a sensação que mora nele.

E o balançar de seus dourados e

Encaracolados cabelos

Me lembram o movimento do girassol

Talvez você seja o próprio girassol - sol

Iluminando tudo com sua presença.

E talvez daí venha sua luz

Talvez daí venha sua presença

Talvez daí venham seus movimentos leves

Talvez daí venha sua beleza.

Jessika de Sousa Macedo