domingo, 30 de janeiro de 2022

Graça

Música: Ver em cores (Rashid part. Liniker)


ando tão esquisita
vivendo uma vida sem sentido interior
sem sentido prático, vivido.
incompreensivelmente os dias têm passado
quase me levando pelo seu vento ligeiro
e eu com os pés fincados no chão 
vendo tudo passar
a me balançar de um lado para o outro
os joelhos a se dobrar e quase cair no chão.
levados pelo vento ligeiro que passa.
passa
estranhamente como essa vida dentro.
fora, tudo acontecendo normalmente em
seus ciclos.
dia-tarde-noite.
primavera-verão-outono-inverno.
inferno
que se demora aqui.
invernando nesses dias solares
que me derretem deixando sem forma,
esquisita.
por não entender o que se passa.
vivendo o outro lado da moeda.
um novo olhar.
quase presa em cara
estática para a fotografia que vai se
desbotando com o passar dos dias.
dos ciclos de dentro
que começam a ser reconhecidos por aqui
também.
uma forma desagradável que atuo na vida.
bruta:
com a lança em riste.
a ponto de ferir alguém 
(se é que não feriu).
*susto*
rígida:
ao me perceber querendo viver 
dentro de um quadrado 
estático. 
*risos e mais risos*
desarmada com o susto e riso do ciclo 
bruto,
rígido
percebido.
enquanto olho para as mãos.
enquanto olho para frente.
me desarmando com observação,
bom humor.
desavexando,
seguimos.

Jessika de Sousa Macedo