sexta-feira, 18 de novembro de 2022

17/3/2021
O que percebo estando aqui. Que as regras, as culturas, os livros talvez surjam, existam para que consigamos viver aqui. Talvez para entender que somos diferentes, que mudamos a todo tempo em algum ou alguns aspectos, que as coisas são cíclicas. E vejo que as culturas, livros, estudos que seguem de alguma forma, por exemplo, a ciclicidade do tempo tenha se inspirado e não se separado da natureza, de tudo que existe aqui. Falo isso observando comunidades, os animais de poder, a astrologia, os arquétipos de forma geral, a psicologia, psicanálise, algumas medicinas indígenas (falo algumas por não conhecer todas), a bíblia e tantos outros. Observo como um banquete para você escolher se quer se alimentar de algum, se quer degustar, se quer se alimentar de tempos em tempos em um, em outro. Bom, o prato você quem monta. E vejo também um querer impor dieta para o outro, negar a fartura, a possibilidade de escolha dentro daquilo que faz sentido. Cada cultura tem uma especificidade, cada grupo tem um tipo de vivência, cada pessoa tem uma realidade. É difícil e invasivo ditar de cima para baixo uma regra, a sua regra para uma pessoa, para um grupo ou grupos. Achei que a ideia de um banquete fosse de encontro, de passar o prato, uma panela para o outro se servir quando solicitado, para trocas, conversas, comunhão. Acho que todas as opções são válidas, desde que não te coloque ou a coloque como regra, como ditadura, como única realidade. Se você decide ter uma relação com uma cultura como forma de ditadura, é sua escolha própria e individual. Acho importante lembrar que a partir dessa decisão, você também não tem o direito de colocar outro ser para viver com você essa regra. Ela é individual, é subjetiva, é regra solo. Já temos as regras sociais, que partilhamos com a intenção da boa convivência no coletivo. Vejo uma tentativa de misturar áreas que funcionam de forma diferente. O objetivo (como regras sociais, leis) funciona de uma forma e subjetivo (como escolhas de vida individual, cultura) de outra. E olha só que interessante, elas não precisam se anular para funcionar. O mundo é grande e existem e deve existir sociedade que vive de forma aproximada daquilo que você acredita. Enquanto escrevo, penso que talvez sejam coisas óbvias e daí lembro que pessoas têm diferentes vivências e que o óbvio não é tão óbvio assim. E ele se apresenta de diferentes formas o que, talvez, o torne menos óbvio, risos.
Uma coisa que observo em todas elas. Uma tentativa de harmonia. Nos arquétipos, na astrologia, na bíblia, nos povos originários, nos povos tradicionais, na psicologia, na ciência (com a busca por entender os diversos organismos e com a criação). E o que vejo também é o efeito contrário ao eleger uma supremacia. E o que acho engraçado é que dentro delas já informa que a harmonia vem com o funcionamento de todos os aspectos que compõem aquela cultura, grupo, religião. Informa que excluindo, abafando, cancelando um ou mais de um aspecto o resultado é o adoecimento. Por exemplo, no catolicismo há os 10 mandamentos, na astrologia os 12 signos, mais XX planetas e XX casas, na psicologia também são observados aspectos, cada cultura tem seus rituais que são feitos de forma completa, o próprio corpo humano para ser saudável precisa que todos os órgãos estejam em funcionamento. Se um aspecto não é levado em consideração, se elejo apenas uma parte do corpo para cuidar o corpo inteiro adoece. Inclusive aquela parte que elegi. Acho que uma das perguntas feitas ao longo da história foi a de como viver em harmonia? Acho interessante olhar para todas as respostas que cada geração, que cada realidade deu e trabalhar em cima delas.
E, contribuindo um pouco com esse trabalho, venho lembrar que a exclusão e a supremacia são caminhos extremos. São extremos que vivemos e estamos vivendo e que trouxe e traz guerra, mortes não naturais e não trouxe harmonia (alquimia, equilíbrio, meio).

Jessika de Sousa Macedo

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