domingo, 19 de maio de 2024

Filme Dias perfeitos

Ontem assisti ao filme ‘Dias perfeitos’ e como ninguém que conheço assistiu e não estou com disposição para fóruns, vim escrever. Então aqui vai a perspectiva de uma pessoa comum, que não entende de crítica de filme e nem tem essa intenção. Vim somente relatar a minha perspectiva ao ter assistido ao filme e o que ele causou em mim. E, caso quem me lê assistiu e queira dizer a sua perspectiva, gostaria de ler^^ Dito isso..
O engraçado, acho, foi que assisti após assistir a um filme totalmente diferente. Explico. Assisti um filme, no dia anterior, por indicação onde dizia ter “uma protagonista errante”. Gostei disso, achei humano e fui assistir. O filme é bom, a meu ver. Mostra uma pessoa contraditória. Que se diz feminista e na primeira oportunidade, está em disputa com outra mulher. Bom, como não sei qual foi a intenção do filme, pois não fui procurar. Aqui poderia entrar algumas críticas, como reforçando que essa rivalidade é algo que acontece naturalmente entre mulheres e principalmente quando há um homem no meio – será mesmo?! Mas como também é um filme que vem de uma cultura que não conheço (os dois filmes, na verdade) e não estou com intenção de focar nisso, sigo. Esse filme foi intenso e o visual conseguiu que sentíssemos o efeito caótico que a personagem estava vivendo ali com várias demandas externas.. E a observação de protagonista errante fez sentido, de alguma maneira.
E então ontem, decidi assistir ‘Dias perfeitos’, que tinha visto o trailer no mesmo dia e me despertou curiosidade. O filme me levou para um lugar totalmente diferente. Enquanto no primeiro, não tive nenhum descanso em meio aos cortes caóticos e ao sofrimento visível da personagem, o segundo me trouxe para casa, para dentro. O filme mostra o cotidiano do personagem. Um cotidiano simples e repetitivo e ao mesmo tempo, de alguma forma, dá para perceber a riqueza interna desse personagem. Acontecem algumas coisas externas que muda a rotina dele, mas que não são capazes de tirá-lo totalmente desse aspecto interiorizado e arrastá-lo para o caótico. Dá para perceber que há alguma história que dói também nele, mas não o desestabiliza. De fundo, o filme pareceu querer retratar dois mundos diferentes – o analógico e o digital. Não sei também qual foi a intenção do filme, pois não li também sobre, mas teve uma fala que me chamou atenção e também questionaria: “O mundo é formado por muitos mundos. Alguns estão conectados. Outros, não”. Acho que se esses mundos existem dentro de um, existe algum meio de conexão. Só se os que não estão conectados não existem de fato. Enfim, também não vim me ater a isso. Mas fica o questionamento.
Acho que ele me afetou mais, por nessa atual estrutura de mundo que a gente vive, ser mais comum o cenário do primeiro filme – constante crítica, julgamento, vida fake, performance, muito estímulo que chega a cansar. E ele vem com uma porta diferente, de sossego, de descanso e ao mesmo tempo rico e convida pra esse lugar interno tranquilo. E no meio disso, tem a sobrinha do personagem, que pareceu retratar esse meio e essa pergunta que ela faz “Em qual mundo eu estou?”
Bom, isso foi o que chegou para mim. Sem conclusões, com alguns questionamentos, com energia de vida e com o sentimento de casa.

Jessika de Sousa Macedo

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