segunda-feira, 21 de abril de 2025

Ato sem nº

Eu só queria chorar
Não quero te capturar.
Você foge, corre, como se quisesse que não te alcançasse.
Só queria me despedir, chorar o luto que não me disse: Eu não quero tu aqui.
Foi embora e esqueceu de despedir.
Decidiu morrer pra mim
Só queria ter podido me despedir.
Mas não tem problema
Me embolo, dou cambalhota para dentro
em direção à minha escuridão e chama.
Olho para a sombra que vem delas.
Me contorço e contorço
Silêncio - vazio
Diferente do silenciamento barulhento
que nada se escutava
O silêncio onde uma só palavra colocada ali
Dança. Se expande. Germina.
Paralisada. Sem querer me mexer
Como se as letras fossem embaralhar
Como quando se esquece do sonho ao acordar
Eu sei que tenho que me levantar.
Espreguiçar - Frutuar.
Até levanto
Cambaleante
Ainda não era pra voltar?
Cadê energia?
A força de assentar
Enraizar para andar aqui
Desnutrida ou com muito ar?
Sei lá
Voando por lá pelas memórias
mortas.
Adeus
Só quero dizer
Adeus.

Sei lá?
Escucha

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