quarta-feira, 28 de julho de 2021

21/8/2020: 
pensando sobre religião, intolerância

Parece que estamos mais próximos das paranoias.
Tipo, dando zoom.
Como se antes víssemos o outro muito distante,
como ameaça desconhecida.
Saímos para saber se era mesmo real e dominá-lo
para deixar de ser uma ameaça.
Trazendo ele, obrigatoriamente, para dentro do nosso(?!),
meu mundo,
minha linguagem,
cultura,
deixando de ser um desconhecido.
Vi que não era possível dominar todos,
pois vi que o mundo é grande e não estava dando muito certo.
Encontrei pessoas que tinham energia para me barrar.
Cai na fronteira estruturada,
no limite do outro.
Minha lupa aproximou um pouco dos continentes e
foi aproximando mais:
países,
cada vez mais fui vendo que o outro é desconhecido,
o coloco no lugar de ameaça.
Cada vez mais aproximando:
cidades,
bairros,
ruas,
casas
até chegar em mim.
E me vi como desconhecido também.
Como fiz aquilo?
Como fiz isso?
Não me reconheço.
Me coloquei no lugar de ameaça.
Não me entendo,
não consigo – não tento, construo muro – tecer
um diálogo comigo e com o outro.
Me aproximar.
Destruo,
é mais cômodo.
Tecer requer trabalho,
energia.
Sem disposição.


Por que vemos o caminho da destruição como única opção?


Jessika de Sousa Macedo

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